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Por que diversificar meus investimentos?

  • Fernando Dorand
  • 31 de jan. de 2018
  • 5 min de leitura

Um dos conselhos que mais recebemos quando começamos a investir é que devemos diversificar nossos investimentos. Já ouvimos aquelas frases clássicas, como: “Não coloque todos os ovos em apenas uma cesta!”. E essa é a maior verdade de todas!!

Diversificar os seus ativos é uma forma simples de dar mais segurança às suas aplicações. Quando investimos sempre estamos sujeitos a riscos, de diferentes níveis. Contudo, diversificando a nossa carteira estamos visando a uma garantia que teremos uma compensação caso um ativo gere perdas. Dessa forma, o retorno total dos investimentos terá uma redução da perda graças a outros investimentos que tenham um bom rendimento no período.

Vamos pegar um exemplo: imagine que você, no início de 2015, tenha alocado todo os seus recursos em JBS (JBSS3), motivado pelos bons resultados da empresa naquele ano. Tendo pago pelas ações um valor na casa dos R$ 14,90, estaria agora, em novembro de 2017, amargando perdas consideráveis de 45% do seu investimento. Mas, se no mesmo período, tivesse também investido em Petrobrás (PETR4), dividindo seu investimento nas duas empresas, 50% em cada uma, teria um retorno positivo de mais de 20% do seu investimento.

Pelo gráfico, podemos ver o quanto ambas as ações oscilaram no período exposto, e isso é inerente às ações, caracterizado como volatilidade, é o chamado Risco de Mercado. Uma simples prática como a diversificação é a melhor forma de contornar esse tipo risco e não permite que polêmicas e flutuações no mercado derrubem nossos investimentos.

Uma boa estratégia de diversificação consiste em investir em empresas de diferentes setores. Geralmente as pessoas tendem a investir em segmentos que conhecem bem. Sabendo as notícias mais a fundo de cada empresa se sentem mais seguras, porém um acontecimento que atinja este setor em especifico pode trazer grandes perdas, sem que aja uma resposta geral do mercado.

Seguindo o exemplo passado, a JBS e a Petrobrás que são de seguimentos bem diferentes, alimentício e petroquímico, respectivamente, devem reagir de forma diferente às mesmas notícias do mercado, evitando perdas ao mesmo tempo. Uma diversificação ideal passaria por empresas de ramos com pouca relação entre si.

Além do Risco de Negócio também temos o Risco não Diversificável ao qual todos os ativos estão sujeitos, como por exemplo taxas de juros e instabilidade política. Tesouro Direto e outros títulos de renda fixa sofrem mais com os riscos não diversificáveis.

Vale destacar também a definição de Risco no mercado financeiro. Risco significa incerteza, dificuldade em prever o retorno de um investimento, o que significa possibilidade de grandes perdas, bem como de grandes ganhos. Desse modo, vale também ponderar: qual tipo de investidor você é? É do tipo que tem apetite para riscos, ou que prefere ter suas salvaguardas ir para um caminho menos atribulado?

Falando em Renda Fixa...

Podemos ampliar ainda mais nossos horizontes e segurança se aplicarmos parte do dinheiro em renda fixa. Sendo tradicionalmente mais seguros, investir em Letras de Câmbio Imobiliário, CDB, Tesouro Direto pode dar ainda mais proteção para você e seu patrimônio.

A segurança da renda fixa é notável. Temos o Tesouro Direto, que é garantido pelo Governo, o qual sempre pagou suas dívidas do Tesouro, e dificilmente ocorrerá de ter resultados negativos.

Aliás, uma boa carteira tem ao mesmo tempo renda fixa e renda variável. E dependendo do perfil do investidor, sendo mais ou menos propenso a assumir riscos, pode-se alocar uma maior porcentagem para renda variável ou renda fixa.

Com essas ideias, já podemos construir uma estratégia de investimento diversificado:

  1. Aplicar dinheiro em diferentes tipos de investimentos (títulos, ações, debêntures, etc.)

  2. Tomar ativos com diferentes níveis de riscos (renda fixa X renda variável)

  3. Diversificar os setores do mercado em que investimos. (Aplicar em agropecuária, bancos, indústria química, e outros)

Mas temos que ter cuidado!! Não é aconselhável aplicar seus recursos em diversas ações somente pela diversificação. SEMPRE estude as ações antes de investir! Não vale diversificar colocando ações ruins em sua carteira :(

Um ponto que pode estar surgindo para quem pensa em diversificar é: “Se há a redução do risco não estaria também reduzindo os meus lucros?”

NÃO! O que se obtêm com a diversificação é uma redução da instabilidade da sua carteira. Não recebemos o “máximo” do investimento, pelo menos também evitamos perdas. Quanto mais diversificada, maior a tendência de que a carteira tenha comportamento parecido com o do mercado como um todo.

Assim, um bom modo de se começar a investir sem ter informações profundas dos comportamentos de cada ação é investir em Fundos de Índice. Esses fundos são uma cesta com ações de diferentes companhias que imitam um determinado índice. No caso do Brasil temos o BOVA11 que reproduz o índice da Ibovespa e é composta pelas ações com as maiores representatividades na bolsa, como por exemplo: Petrobrás (PETR4), Vale (VALE3), Ambev (ABEV3), Itau Unibanco (ITUB4), entre outras.

Diversificação e Análise Técnica

A diversificação não fica somente no plano conceitual. Temos como construir um portfólio e estimar o risco dele, e jogar com as variáveis procurando um risco menor, ou um rendimento maior, tendo uma projeção exata com valor definido.

Essa projeção passa pela análise técnica e já foi premiada com o prêmio Nobel de economia de 1990! Foi exatamente sobre carteira e diversificação que Harry Max Markowitz desenvolveu um método que otimiza um portfólio de modo a reduzir os riscos dos investimentos. Por exemplo, se você tem a título da AMBEV com risco de 3% ao mês e a da CIELO com 4% ao mês, podemos combinar esses ativos para conseguir um portfólio com 2% de risco.

Nessa imagem temos o risco no eixo horizontal e o retorno no eixo vertical. As ações estão marcadas nos pontos A e B, com riscos de 12,5 e 26%. Cada ponto preto é um portfólio feito com as ações A e B. Dessa forma, podemos perceber que existe um ponto que liga os dois ativos com um risco de aproximadamente 10%.

Outro ponto interessante sobre a teoria de Markowitz é que ela demonstra como a relação entre as ações afeta a segurança dos portfólios. Se duas ações têm uma alta correlação positiva (sobem e caem de preço juntas) a otimização do portfólio é pequena, no entanto, se a correlação entre as ações for altamente negativa (enquanto uma sobe a outra desce, e vice-versa), teremos uma otimização maximizada!

Investir de forma inteligente passa por saber onde investir corretamente. Se estamos pretendendo comprar uma casa daqui a alguns anos, devemos investir nosso dinheiro de forma diferente do que se quisermos fazer uma viagem no final do ano. Para saber lidar com esse dinamismo é essencial organizar seus projetos e saber qual dos ativos disponíveis será o melhor para que você atinja seus objetivos. Por mais que a diversificação seja um mecanismo de proteção do investimento, nada melhor para garantir bons rendimentos do que um estudo consolidado dos ativos em que você pretende investir. Fica aí o convite para começar a investir com a LIEQ!! 😉

 
 
 

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